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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Eclesialmente

Profetas sem mordaça

Tal como acontece todas as semanas, no jornal diocesano «Correio do Vouga» (opinião), D. António Marcelino, bispo emérito de Aveiro, costuma ali mencionar alguns escritos opinativos de sua autoria. Com a qualidade e competência que lhe é reconhecida, as suas opiniões são sempre cáusticas, mas concretas. São de discernimento simples, porque a vida só a complica quem tem vontade de a complicar. E sucessivamente por aí adiante...
Desta feita, o título e o tema é aquele mesmo que está antes. Profetas sem mordaça, que pode consultar onde está assinalado.
Dado o facto de ser leitor quase assíduo destas opiniões de D. António Marcelino, tenho de acentuar algumas passagens que ali se encontram a marcar o cunho pessoal de uma pessoa que sempre olhou de frente os problems dos outros, da sua vida, das consequências, nunca olhando a meios para afirmar o que, para todos, é concreto e correcto.
Porque como «A vida nem sempre foi fácil para os profetas. Perseguidos, amordaçados, calados, apedrejados, eles remam sempre contra a maré. A consciência da responsabilidade nunca os deixou sucumbir ante as dificuldades. Proibidos de falar, respondem, convictos e decididos: "Não podemos é ficar calados".
E a seguir o que considero serem os mais marcantes pensamentos sobre estes profetas, diz assim, D. António Marcelino:
«Ser profeta não é para os ambiciosos de poder, os obececados por carreiras vistosas, para os que só se ouvem a si próprios. Só para os que cultivam um ideal elevado, têm uma personalidade forte, estão marcados pelo sentido do dever, são humildes e corajosos.
Os profetas incomodam sempre o poder, tanto o civil como o religioso. Jogam fora do sistema. Não o canonizam nem o favorecem. Os guardiães do sistema não gostam de quem levanta problemas, denunciam mazelas, aponta caminhos novos. A gente do sistema quer ficar na história, sonha e prepara o pedestal da sua estátua. Os profetas olham o futuro dos outros, sonham uma sociedade mais justa e fraterna, resistem ao tempo.»

Originais e sábias palavras que assentam quem nem a luva, como se costuma dizer, em muitas passagens da nossa vida. E até da minha, que pouco incomoda aos outros, mas da qual também já fui profeta naqueles termos.
E afirmo com veemência e verdade, que não fui profeta da desgraça. Mas de tudo o que ali consta, já esteve pendente na minha cabeça, e na própria pele, com todas as consequências, inclusivé as de assédio, com resultados e consequências atrozes e demasiadamente prejudiciais na minha carreira desta vida que fenece.
Este é o caminho, as provas e os espinhos que Deus coloca na nossa estrada para nela caminhar. E não desisto nem cultivo ou sou possuidor de outro sentimento. Percorrerei essa estrada... custe o que custar! Mas sempre fiel àqueles princípios, nem que para isso sinta o sofrimento da pele, da carne, dos ossos... como já aconteceu.

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