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sábado, 28 de abril de 2012

Visita do Presidente da República

Ontem, dia 27 deste mês de Abril, Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República, esteve neste concelho e na freguesia de Valongo do Vouga.
Nesta, apenas para fazer uma visita a uma empresa em franca expansão, a AGUIMOVEIS, cujas perspectivas são animadoras face ao material de construção habitacional que está a produzir.
Apenas como comprovante do facto, fica aqui uma fotografia, para cujo registo tenho de agradecer a simpatia e amabilidade do Filipe Vidal. Sem ele, não havia possibilidades de aqui postar o que quer que fosse.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Gente destas Terras - 39

Um mail simpático de duas pessoas muito simpáticas, trouxeram-me a novidade.
Tiveram direito a destaque na Revista Soluções da Nova Gente.
Deixamos aqui um cheirinho da imagem digitalizada e que consta naquela Revista.
A questão, como facilmente se perceberá, está na paciência para a realização de certos trabalhos manuais, para os quais se torna necessária uma certa dose de habilidade e de vocação.
As suas autoras, por falar em vocação, já são marcantes na área da poesia. Mas nesta de trabalhos manuais, que são sempre lindos, para quem aprecia e gosta.
O seu endereço electrónico e o blogue que faz a apresentação destes trabalhos, pode ser consultado neste local: http://handmadewithcarebylucybel.blogspot.pt/

Já que estamos com a mão na massa, fica também por aqui o print screen do blogue que está naquele endereço. E não é preciso acrescentar que se tratam de jovens da nossa freguesia. E sendo da freguesia, desde que saibamos, têm direito a destaque. Pela positiva.




terça-feira, 24 de abril de 2012

As Meninas Mascarenhas

O LIVRO - LII

Como dizíamos nos post anterior, temos de continuar a deixar correr, livremente, a pena do Dr. José Joaquim da Silva Pinho, porque as suas palavras que constam na narrativa que nos deixou, eram sentidas e apaixonadas.
O quadro que traça, não podia ser mais perfeito. A imagem que trespassa daquela cerimónia de casamento realizada na igreja de Travassô, como já foi dito, é qualquer coisa que não pode ser olvidada nem menosprezada. Melhor que um comentário sem jeito agora feito, conhecemos aquilo que escreveu assim:
Solar da Quinta da Aguieira, local onde se manifestou
 grande alegria pela chegada das Meninas Mascarenhas,
após o casamento da mais velha em Travassô
«Casimirinha, a irmã que ela [Maria Mascarenhas] amava e era a sua constante companheira nas peregrinações de uma vida já tão amargurada, servia de aia da noiva, toda contente nos seus dez anos já feitos.
Quando D. Maria, ao ajoelhar-se no templo para fazer as suas orações, se lembrava de seu pai, que morrera, e de sua mãe, que estava longe, e via que a irmazinha segurava gentilmente, nas suas mãos pequeninas, a cauda roçante do vestido branco do seu noivado, sentiu a comoção profunda das almas delicadas e não pôde conter uma lágrima amiga e magoada.
A cerimónia foi tudo quanto há de mais simples e tocante.
O prior de Travassô disse a missa nupcial e o padre José da Fonseca, o capelão e amigo da casa d'Aguieira, celebrou o casamento, pronunciando uma oração que saía dos moldes consagrados na liturgia católica e toda se referia à história e ao coração dos noivos que mereciam ser abençoados por Deus.
Ao regressar a casa do dr. Miranda, um almoço lauto foi oferecido aos convidados.
Sobre uma grande mesa poisavam tolahas de linho e iguarias escolhidas.
Foi um banquete.
Os viajantes mal tinham tido uma refeição na noite anterior e haviam passado as longas horas da sua viagem pela ria, pelo Vouga e pelo Águeda, sem alimentação alguma.
Estávamos em jejum quando nos sentámos à mesa.
Calcula-se a voracidade dos nossos estômagos esfomeados.
Não houve discursos.
Breves saudações, cumprimentos mútuos, congratulações recíprocas, a unidade do sentimento em ânimos irmãos que sabiam que podiam respirar no livre ar das terras da sua pátria.
Depois, partimos para Aguieira, a cavalo, através das gândaras cobertas de pinheiros, a murta florindo nas moitas verdes, o sol fecundo e resplandecente, pondo da fronte da noiva ingénua e pura a grinalda de oiro de suas radiações fúlgidas.
Era uma numerosa e brilhante comitiva.
A chegada a Aguieira foi de uma efusão única.
As Meninas foram recebidas nos braços de boa gente que as esperava.
Todos nós chorávamos de comoção e alegria.
Joaquim Álvaro chorava lágrimas de saudade.
No último ano, durante a emigração, tiinha falecido seu irmão João Baptista.
Quando ele volvia ao seu lar, em dia festivo, não encontrava a austera e nobre figura de seu irmão que tanto lhe queria!
Por isso, ele chorava as suas lágrimas sentidas!»

*****

A seguir iremos passar a conhecer o que foram os primeiros tempos da vida do casal e de tudo o que o envolvia.

sábado, 21 de abril de 2012

Faleceu José Morais Rachinhas

Ontem, dia 20, pelas 16 horas realizaram-se as cerimónias fúnebres pelo falecimento daquele conterrâneo e amigo que era.
Como seria de esperar lá fui.
Revi pessoas que há muito as tinha longe da vista, estive com sua esposa e filhos e demais familiares.
Tinha lá uma pequena pagela, com a sua fotografia e das quais retirei uma. Aqui a deixo para quem o conhecia.
Era irmão do António, que foi oficial da Força Aérea Portuguesa, que já faleceu assim como o irmão mais velho, Nelson Morais Rachinhas. Residia, após o seu casamento, em Albergaria-a-Velha, local onde trabalhou durante muitos anos, embora natural de Carvalhal da Portela.
A sua irmã mais nova, Maria de Lurdes, vive no Brasil com seu marido e filhos.
O cortejo fúnebre, até ao cemitério de Albergaria-a-Velha foi extenso, tantas as pessoas que acompanharam os restos mortais daquele por quem, certamente, tiveram e têm, com esta manifestação, grande consideração e amizade.
No meu íntimo, desejei apenas que descanse em paz na eternidade e com todos os anjos celestes.
Mas mais nada que não fosse e seja um até já...

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Onde a serra começa

Moutedo: O que tem de melhor são os ares...


                                             
Em cima exterior da capela de Santa Ana do Moutedo.
Em baixo, interior da mesma capela.
Fotos do site padrejulio.net, com a devida vénia
Nada de cogitar erradas interpretações sem ler o resto!
O título «Onde a Serra Começa» e o sub-título «Moutedo: O que tem de melhor são os ares...» são da autoria do conceituado jornalista e escritor Armor Pires Mota. Os mesmos títulos faziam parte de uma série (esta já tinha o número 12) de reportagens que este amigo fez em 1971, provavelmente publicada em 10 de Abril deste ano, toda ela relacionada com as aldeias até aí quase desconhecidas e inacessíveis. E estas junto do sopé das montanhas que iniciavam a formação da serra das Talhadas, do Giestal, do Caramulo, etc. Por isso, onde a serra começa... Acompanhei várias vezes o Armor nestas andanças e conheci estas povoações muito tempo antes daquele ano, com as suas dificuldades e com tudo aquilo que lhes fazia falta.
Um dia destes, na Biblioteca Municipal, encontrei duas reportagens sobre essas localidades e outras, de que não obtive cópias, que faziam parte desta temática, publicadas pela centenária Soberania do Povo, de cuja redacção aquele amigo era o seu responsável.
É um texto extenso para blogue, mas vale a pena recordar o que era o retrato do Moutedo, nas palavras das pessoas ali citadas, hoje já desaparecidas do nosso convívio. É que, naquela altura, não havia estrada, não havia água, não havia electricidade, nada... e foi assim:

*****

Decididos a desbravar pela pena as terras do Marnel, chegámos ao Moutedo, em tarde de sol bravio, com duas andorinhas riscando a nesga de alcatrão. Subimos ao largo da capela de Santa Ana do Moutedo, edificada em 1959 pelo povo e pelo grande benemérito Augusto Pereira dos Santos. E, depois de anotarmos na parede do coro uma mancha verde de musgo ali plantada pela chuva e uma janela carcomida, metade sem vidros, saindo, lançámos os olhos pelo mar verde de pinhais, ondulando em requebros de luz, até ao mar, com manchas de branco casario, Toural, Pedaçães, Cabeço do Vouga.

QUANDO SOPRA O VENTO NORDESTE
Isto é muito lindo. Chega-se a ver o farol da Barra, em dias mais limpos. Hoje está muito empoado. Aquele monte acolá é o Buçaco - dizia-nos Maria da Silva Bastos para abrir a conversa. Mas continuou: Estes ares daqui são mais sãos. É serra. Não há gente que vai para o Caramulo tomar ares? O mal desta terra é o vento nordeste que dá cabo das vinhas e de tudo. Quando sopra é um caso sério. Ameaça-nos de fracas colheitas: Lá para baixo, este maldito vento não se sente tanto. Vivemos bem, perguntou? Muito bem? Sabe Deus como. Os que cavam na terra vivem mal. Está bom é para os que trabalham nas fábricas... Isto é muito lindo. Hoje é que não. As vistas são feias, porque está tudo muito empoado... Os ares são bons, mas a luz das estrelas à noite não nos basta. A luz é a única coisa que nos falta. E também a estrada está numa lástima, uma miséria...

terça-feira, 10 de abril de 2012

Compasso Pascal

A equipa da minha zona

Uma equipa na zona norte
Uma equipa na zona sul (Arrancada). Foto de Filipe Vidal.
Grupo Arrancada
O Compasso Pascal, na minha opinião, perde-se já na memória de uns tempos bastante antigos. Há quem admita que o Compasso Pascal tem origem numa tradição cristã que consiste na visita casa a casa de uma paróquia (daqueles que a queiram receber) do Crucifixo de Cristo no dia de Páscoa para celebrar a sua Ressurreição.
Um pequeno grupo de paroquianos, com ou sem o seu pároco, liderados por um crucifixo que representa a presença de Jesus vivo, percorre várias casas de outros paroquianos que manifestem a sua vontade de receber a visita, com significado no Jesus Ressuscitado no dia de Páscoa. Em cada uma das casas, após uma bênção inicial, os habitantes da casa visitada beijam a cruz de Cristo como demonstração de adoração.
A esta tradição associaram-se diferentes formas de receber essa visita. Ela é vista como uma forma de confraternização dos membros da comunidade paroquial com a oferta de alimentos da quadra ou apenas uns minutos de repouso para o grupo itinerante. É também comum ser aproveitada para oferta de donativos pecuniários à paróquia, como cotização de obrigações paroquiais em conformidade com as disposições estabelecidas, nomeadamente com base na tradição e até no código de Direito Canónico.
Pois bem, por cá ainda se vai cumprindo a tradição porque há duas coisas para que isso aconteça: uma, é a de existirem voluntários e pessoas de boa vontade que a isso e para isso se disponibilizam; a outra é a de que ainda há moradores que o pretendem e franqueiam as suas portas a estes mensageiros.
Mas as coisas estão a decair muito e, como se sabe, já lá vão muitos anos, o Compasso Pascal, ou a Visita Pascal só se realizava em povoações relativamente pequenas. Já nos centros urbanos de alguma dimensão - não necessariamente grande - o Compasso Pascal é impraticável pelas dificuldades de deslocação que apresentam.
Imaginemos algumas das habitações desses centro urbanos, e não só, a existência de prédios de alguns andares (não são necessários muitos andares), em que subir e descer escadas dava cabo da paciência a um santo, além do incómodo e do tempo dispendido.
Mas esta tradição tem mais impacto e antiguidade noutras zonas do país, como, por exemplo, em Braga e outros territórios minhotos e até de outras zonas.
Mas tudo isto a propósito da equipa que por cá andou e que, com a sua colaboração, aqui a deixamos registada na foto.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Gente destas Terras - 38

O Chico
(Francisco António da Silva Gomes dos Santos)

O Chico foi meu colega de escola. Eu fazia parte da fila de carteiras que ficavam alinhadas do lado da parede, após a entrada da porta (lado direito), e fui colocado na segunda carteira, que, como se sabe, tinha lugar para dois alunos. A primeira carteira desta fila, era «chefiada» pelo saudoso João Vidal Xavier, há pouco falecido.
Era filho de um ilustre escritor, o Engº Jose de Bastos Xavier e da D. Dulce da Costa Vidal.
Do meu lado esquerdo, ficava a outra fila dos alunos da quarta classe e, na primeira carteira, outro «chefe» mas mais intelectual, Francisco António da Silva Gomes dos Santos, filho do inspector Arménio Gomes dos Santos e da D. Maria Antónia Valente da Silva, esta ilustre professora ao tempo descrito. Foi nossa professora a saudosa D. Beatriz de Jesus Araújo Moura. Como ela gostava de mencionar, todos estes nomes tinham origem ilustre. E dava os significados dessa origem, que agora não vou repetir.
Há dias, desfolhando na Biblioteca Municipal, em pesquisas para outros trabalhos, encontrei umas reportagens, nas quais participei (sem fazer nada), mas cujo autor foi Armor Pires Mota.
Era uma série que se desginava «ONDE A SERRA COMEÇA». E chegou a tratar de alguns lugares, encostados à serra das Talhadas, pertencentes à área geográfica da freguesia; Redonda, Salgueiro, Moutedo, Gândara e Cadaveira.
Em paralelo com essas pesquisas e com a recordação daquelas interessantes reportagens, encontrei uma referência - jornal Soberania do Povo - cuja digitalização aqui deixo, que, pela numeração e em conjugação com outras reportagens e datas, deve ter sido publicada em 10 de Abril de 1971. Infelizmente e imperdoavelmente, não tomei nota da data, o que é elementar em pesquisas.
É com evidente saudade e outro tanto de sentimento de um dever que o que encontrei diz respeito ao Francisco, hoje homem ilustre de uma Academia Brasileira, cujos degraus subiu a pulso próprio, antes de 1971, não sem conhecer e sentir o que foram as dificuldades até poder atingir tal patamar da cultura e do saber. Apenas uma singela lembrança.

(Clique na imagem para ampliar)

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